sábado, 9 de março de 2013

A juventude e as drogas




O uso de drogas é um fenômeno bastante antigo na história da humanidade e constitui um grave problema de saúde pública, com sérias consequências pessoais e sociais no futuro dos jovens e de toda a sociedade. A adolescência é um momento especial na vida do indivíduo. Nessa etapa, o jovem não aceita orientações, pois está testando a possibilidade de ser adulto, de ter poder e controle sobre si mesmo. É um momento de diferenciação em que "naturalmente" afasta-se da família e adere ao seu grupo de iguais. Se esse grupo estiver experimentalmente usando drogas, o pressiona a usar também.
Ao entrar em contato com drogas nesse período de maior vulnerabilidade, expõe-se também a muitos riscos.
O encontro do adolescente com a droga é um fenômeno muito mais freqüente do que se pensa e, por sua complexidade, difícil de ser abordado. Os levantamentos epidemiológicos sobre o consumo de álcool e outras drogas entre os jovens no mundo e no Brasil mostram que é na passagem da infância para a adolescência que se inicia esse uso.

No Brasil, o panorama mudou completamente nas últimas décadas. Até o início da década de 80, os estudos epidemiológicos não encontravam taxas de consumo alarmantes entre estudantes.

No entanto, levantamentos realizados a partir de 1987 pelo Centro Brasileiro de Informações sobre as Drogas Psicotrópicas da Universidade Federal de São Paulo (CEBRID) têm documentado uma tendência ao crescimento do consumo. Esses levantamentos foram realizados entre estudantes de primeiro e segundo graus em dez capitais brasileiras e também em amostras de adolescentes internados e entre meninos de rua. Em 1997, o CEBRID mostrou que existe uma tendência ao aumento do consumo dos inalantes, da maconha, da cocaína e de crack em determinadas capitais.

Estudo realizado em 1997 pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, avaliou 3.139 estudantes da quinta série do primeiro grau à terceira série do segundo grau de escolas públicas, possibilitando comparar as taxas de uso experimental ao longo da vida com as de uso habitual (últimos 30 dias). O estudo encontrou um consumo ao longo da vida e nos últimos 30 dias, respectivamente, de 77,7% e 19,5% para álcool; 34,9% e 4,6% para tabaco; 9,2% e 2,8% para inalantes; 7,1% e 1,6% para tranqüilizantes; 6,3% e 2,0% para maconha; e 1,9% e 0,6% para cocaína.

Entre os fatores que desencadeiam o uso de drogas pelos adolescentes, os mais importantes são as emoções e os sentimentos associados a intenso sofrimento psíquico, como depressão, culpa, ansiedade exagerada e baixa auto-estima.


DIAGNÓSTICO

Outro aspecto muito importante desse tema é como realizar a identificação do jovem que usa drogas e tem problemas relacionados, o "adolescente de risco". O uso de drogas é um fenômeno multidimensional, que pode acontecer durante a adolescência, quando também podem surgir outros transtornos psicológicos, comportamentais e sociais. Entre as psicopatologias que mais incidem na puberdade (depressão maior, transtorno de déficit de atenção, hiperatividade e do comportamento disruptivo) detectam-se sinais e sintomas semelhantes àqueles também observados com o uso dessas substâncias, dificultando o diagnóstico diferencial.

Assim, uma avaliação inicial cuidadosa do jovem que procura tratamento pode auxiliar o diagnóstico e melhorar o prognóstico, pois essa população não busca ajuda por conta própria, principalmente quando estão em dificuldades relacionadas ao uso de drogas.

Eles pouco relacionam possíveis alterações de seu comportamento, pensamento e mesmo de seu funcionamento orgânico com o uso dessas substâncias, pois essas mudanças muitas vezes decorrem também da adolescência normal. Quando o fazem, minimizam ou negam as evidências e, dentro de uma postura ainda ambivalente, dizem que "isso não é nada" e que poderão resolver tudo sozinhos. Portanto, esse momento é muito especial e, dependendo da forma de abordar o problema pelos familiares, amigos ou mesmo pelo profissional, a resistência pode aumentar e a chance de intervir diminuir.


CONCLUSÃO

A identificação do adolescente de risco em função do uso de álcool ou drogas e a definição do melhor tratamento ainda são assuntos bastante complexos e alvo de muitas discussões. Algumas características do adolescente de risco podem auxiliar os trabalhos preventivos e de triagem para minimizar esse problema. Segundo Newcomb (1995), os fatores de risco para o uso de drogas incluem aspectos culturais, interpessoais, psicológicos e biológicos. São eles: a disponibilidade das substâncias, as leis, as normas sociais, as privações econômicas extremas; o uso de drogas ou atitudes positivas frente às drogas pela família, conflitos familiares graves; comportamento problemático (agressivo, alienado, rebelde), baixo aproveitamento escolar, alienação, atitude favorável em relação ao uso, início precoce do uso; susceptibilidade herdada ao uso e vulnerabilidade ao efeito de drogas.

Pesquisas etnográficas e epidemiológicas utilizando uma metodologia rigorosa podem fundamentar projetos e prevenção em todos os níveis, fornecendo dados e elucidando muitas questões, pois o custo pessoal e social com a dependência nos países desenvolvidos tem sido muito maior que o gasto com a prevenção. No Brasil, mesmo sem tradição nessa área, é preciso priorizar políticas preventivas, gerando projetos mais ajustados à realidade brasileira, pois prevenir ainda é melhor que remediar!

Uma coisa devemos ter em mente, você Pai e Mãe, ajude seu filho, escute, apóie, incentive e provavelmente quando seu jovem inserir-se em um novo grupo de relações ele estará pronto para dizer não as drogas sem que para isso tenha que se isolar do mundo, devemos ensinar desde cedo os malefícios da droga, das dificuldades e transtornos que seu uso proporciona.

Muitos dos que usam drogas iniciaram por mera curiosidade e se tornaram viciados, há suas exceções, devido ao fato de não estar presente em seu carma o uso da droga, ele experimenta e logo deixa de usar, são exceções que devemos assinalar, pois muitos julgam-se incapazes de deixar o vicio, como disse, tudo inicia-se no lar, com os exemplos corretos dos pais e sobre tudo a certeza de que somos imortais e que tudo que plantamos iramos obrigatoriamente colher no futuro, por isso, devemos estar preparados para ensinar nossos filhos a caminhar com passos firmes em uma estrada correta, com boas escolhas, pois serão o futuro do Brasil.

por Mauricio Kunst  |  mauriciokunst@terra.com.br     
FONTE: Revista Brasileira de Psiquiatria

Campanha nacional contra a depressão



A primeira campanha nacional integrada sobre depressão é lançada hoje, Dia Europeu da Depressão, e pretende alertar para a “dimensão emocional e física” de duma doença que pode ser responsável por mais de 1200 mortes por ano em Portugal.
Sob o mote “A Depressão dói. Mas pode deixar de doer”, a campanha, uma iniciativa da farmacêutica Lilly que conta com o apoio da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, pretende falar sobre a depressão “numa perspectiva integrada, informar, esclarecer e desmistificar muitas dúvidas que ainda existem e modificar comportamentos e atitudes perante uma doença que tem uma dimensão emocional e física”.

A campanha será difundida através da televisão, da rádio, da imprensa, online, de cartazes em unidades de saúde e farmácias e de uma unidade móvel interactiva que irá percorrer várias cidades até ao início de Dezembro.

No camião, as pessoas poderão, através de conteúdos interactivos, perceber o que é a depressão, como se manifesta e quais os sintomas que lhe estão associados, o seu impacto no dia a dia dos doentes, visitar as regiões do cérebro envolvidas na depressão e responder a um autodiagnóstico que pode ser impresso para levar a um médico.

Depressão afeta um em cada cinco portugueses

A depressão afecta um em cada cinco portugueses e pode ser responsável por mais de 1200 mortes anualmente no país. As consequências económicas são “enormes”, estimando-se um custo anual de 118 milhões de euros na Europa, segundo o especialista em fármaco-economia Jorge Félix.

Segundo Jorge Félix, “a depressão é o principal factor de risco para o suicídio”, sendo “enormes” as suas consequências sociais e económicas.

Dados avançados à Lusa pela consultora IMS Health indicam que, entre Setembro de 2009 e Agosto de 2010, foram vendidas em Portugal 6,885 milhões de embalagens de anti-depressivos e estabilizadores de humor (mais quatro por cento em relação ao ano anterior), no valor de 117,1 milhões de euros, que se manteve igual.

Até Agosto de 2009 tinha havido uma descida de nove por cento do valor destes medicamentos face ao ano anterior.

Um estudo pioneiro realizado em Portugal em 1992 estimou que a depressão custaria à sociedade portuguesa cerca de 1227 milhões de euros. Deste valor, 80 por cento foi atribuído a custos indirectos (perda de produção por incapacidade temporária) e 17 por cento a custos directos (consumo de cuidados de saúde). Os custos associados ao suicídio foram estimados em cerca de três por cento do total. Crescer
Fonte: http://www.valtervieira.com.br/noticias/saude/25253/+Campanha+nacional+contra+a+depress%C3%A3o