quinta-feira, 11 de julho de 2013

Homenagem a Isabella Matumoto


Isabella Matumoto em foto postada no seu Facebook


Conselho da Isa: “Viva a vida plenamente”
Isabella sempre foi admirada pela sua imensa vontade de viver. Palavras dela, publicadas num post de 31 de maio, deste ano, no Facebook: “Aos 15 anos de idade fui diagnosticada com Leucemia Linfóide Aguda. Nunca esperamos receber uma notícia como essa: o câncer para mim era um problema tão distante, tão irreal, que jamais pudesse me imaginar CARECA. Sim, foi a primeira coisa que me veio à cabeça. Na minha cabeça esse era o único problema que a doença seria em minha vida: sempre fui muito vaidosa e isso me angustiava muito.
“Foi decidido o meu tratamento, com um protocolo de três anos de quimioterapia, porém sem transplante. Tentava levar minha vida o mais normal possível, controlada sempre com exames de sangue; quando estava com a imunidade boa podia sair, comer várias coisas, e quando não podia, me revoltava com quem menos tinha culpa daquilo. Aliás, sempre me pergunto se isso seria um castigo por algo que fiz um dia ou se essa é uma missão, uma graça que recebi para que pudesse ajudar alguém um dia. E nesses três anos, fui conhecendo um outro lado da vida, um lado em que tudo teria de ser valorizado. Um lado onde quando achamos que estamos na pior, aparece uma outra pessoa, em condições totalmente mais difíceis, e te ensina o valor da vida. Descobri que o cabelo não era NADA perto da vontade de viver que uma pessoa é capaz de ter.
“Depois desses três longos anos, já estava na faculdade, quando 10 meses após o fim do protocolo e sem medicação alguma descobrimos que a doença havia voltado. Não me revoltei em momento algum, já estava mais velha e sabia que o que acreditava ser tão impossível, era algo em que bastava estar viva para estar suscetível. Foi aí que fiz o meu 1º transplante, com um doador 90% compatível e pega 100% da medula. Me tratei longe de casa, pois o centro de referência mais próximo era ali, Curitiba. Foi um tempo de reflexão, que me fez bem. Conheci mais amigos e sempre gastava o tempo imaginando a complexidade de tudo que estava acontecendo, às vezes mais fraca, outros dias mais forte, mas sempre acompanhando as mudanças que um simples transplante e alguns medicamentos faziam em mim, no meu corpo. E passado o tempo de reclusão, voltei pra minha casa, em Umuarama, e aos poucos ia retomando a rotina, sempre com paciência e confiança de que tudo havia se acabado de uma vez.
“Foram três meses em casa vividos intensamente (claro, tudo devido a cada resultado de exame que saia) até um resultado que apontou as células abomináveis, temidas e tão presentes na leucemia: os BLASTOS. Eu me recusei a acreditar, pois já não conseguia imaginar mais o que é de tão ruim que eu possa ter feito para ter um castigo desse. No início não quis me tratar, já conhecia tudo o que ia passar e não estava disposta a tentar novamente, ainda mais sabendo que uma recaída após outra, deixava tudo mais difícil. É aí que eu quero me manifestar, diante a você, que passou, passa ou passará por várias decepções como as que eu tive, são dramas da realidade, e que cada um tem o seu carma para carregar. O que temos que fazer é dar uma chance para a vida, porque ela nos prega peças, só temos que mostrar que a vontade de viver sempre prevalece. Estou só a espera da remissão das células cancerígenas (blastos) para então poder fazer o meu 2º transplante e, definitivamente, ser feliz para sempre.
Se espelhem nas histórias que deram certo. Agradeço a oportunidade de contar minha história, e por ser a luz de esperança na minha vida. Se eu tivesse desistido no início, não estaria aqui pra poder compartilhar a importância que a vontade de viver é capaz em uma pessoa. Acreditem, a confiança é tudo! Os momentos de fraqueza existem; e existem para que nossa força seja renovada e valorizada. Viver vale a pena! Lutando pela vida ou não, ela merece ser muito bem vivida!”
Num outro post, no mês passado, escreveu: “Na leucemia tive o prazer de conhecer amigos tão queridos, que mantenho vivos em meu coração. Obrigada do fundo do meu coração pelas orações, carinho e amor, que são o combustível para que eu não desista nunca. Hoje estou orgulhosa de mim, por ter sido fraca, mas consegui mudar de ideia e tentar sempre e sempre viver a vida. Tenho orgulho de todos os meus amigos, que me dão boas energias e força; tenho orgulho da minha família por estar sempre ao meu lado, me enchendo de amor e carinho; tenho orgulho daqueles que mesmo não conhecendo ou tendo pouco contato sei que estão torcendo e rezando por mim. Tenho orgulho de estar cercada de pessoas que eu amo tanto e querem o meu bem”.